Neste ano, seis títulos adorados pela crítica completam meio século, desde que foram lançados no cinema. 2001: Uma Odisseia no Espaço, Planeta dos Macacos, O Bebê de Rosemary, O Bandido da Luz Vermelha, Romeu e Julieta e A Noite dos Mortos-Vivos são os mais famosos filmes de 1968. Se você ainda não assistiu a nenhum deles, abaixo te mostramos os porquês de cada um valer muito a pena:
1. 2001: Uma Odisseia no Espaço, de Stanley Kubrick
Baseado no conto A Sentinela, de Arthur C. Clarke, o filme de ficção científica mais cultuado de todos os tempos fora lançado um ano antes de o homem pisar na Lua. 2001: Uma Odisseia no Espaço auxiliou em descobertas para a comunidade científica e inovou em efeitos especiais.
O longa-metragem se inicia no período denominado por Kubrick de “A Aurora do Homem”, quando o Homo sapiens sequer existia. Então, um salto de 4 milhões de anos nos leva ao presente dos protagonistas, quando a tecnologia impera vigorosamente em sua civilização. O módulo lunar que vemos na primeira metade do filme, seu formato, é muito similar àquele que pousou no satélite natural em 1969, por exemplo. A comunicação através de vídeo-transmissões, o computador faz-tudo HAL 9000, a disposição da estação espacial…tudo isso serviu como uma espécie de previsão ao nosso presente.
As discussões propostas pela produção – como quanto à evolução do homem, ao desenvolvimento de inteligências artificiais, à vida extraterrestre, à exploração do espaço sideral e a todo desenvolvimento tecnológico do futuro – são embaladas por uma trilha sonora inesquecível, com clássicos da música erudita, como Assim Falou Zaratustra e Danúbio Azul. 2001 é o pai (ou a mãe) de todos os filmes de ficção científica posteriores e, se você ainda não deu uma chance ao longa, recomendamos que dê o play neste exato momento!
Trailer:
(Fonte: YouTube / WarnerBrosPortugal
2. Planeta dos Macacos, de Franklin J. Schaffner
Mais um filme de ficção científica, a primeira versão de Planeta dos Macacos é baseada no romance homônimo de Pierre Boulle. Além de suas diversas sequências, os temas do filme também inspiraram outras obras do gênero.
A questão da evolução dos humanos é, novamente, explorada aqui. Em uma realidade paralela, os macacos dominam e os homens são tidos como bichos irracionais. Uma nave tripulada por humanos chega ao misterioso planeta e lhes revela essa outra civilização. O longa-metragem é uma reflexão sobre os efeitos de nossa espécie sob o ambiente e vice-versa – além de tratar de poder, é claro. Com direito a uma clássica cena final.
Trailer:
(Fonte: YouTube / MoviemanTrailers)
3. O Bebê de Rosemary, de Roman Polanski
Inspirado no romance de Ira Levin, O Bebê de Rosemary é um dos filmes de terror mais conhecidos da História. Mia Farrow interpreta a ingênua Rosemary, uma mulher que engravida logo após se mudar com o marido para um apartamento em Nova Iorque.
Com o tempo, Rosemary percebe um comportamento estranho vindo de seus vizinhos, com quem ela e o parceiro mantêm certo grau de aproximação. A felicidade da jovem grávida se torna um enorme pesadelo quando percebe, então, a verdadeira intenção de todos que a cercam – incluindo a de seu marido. O clima assustador do longa desperta a curiosidade do espectador, principalmente através da marcante trilha sonora e do suspense que ronda a história até o final.
Mais um filme cheio de cenas inesquecíveis, O Bebê de Rosemary fora lançado um ano antes do terrível caso de assassinato da esposa de Polanski, Sharon Tate. Grávida de oito meses, Sharon foi morta pelo serial killer Charles Mason – um crime que choca não somente por sua brutalidade, mas também pelas semelhanças com o filme. De qualquer forma, a produção não merece ser comparada ao caso posterior e às suas inúmeras teorias da conspiração, mas deve, sim, ser lembrada pela inegável qualidade que carrega.
Trailer:
(Fonte: YouTube / Cine Fórum)
4. O Bandido da Luz Vermelha, de Rogério Sganzerla
O único filme brasileiro desta lista é inspirado em um personagem real. João Acácio Pereira da Costa, o denominado Bandido da Luz Vermelha, fora um famoso assaltante dos anos 60, que invadia e roubava mansões de São Paulo.
Escrito pelo próprio diretor, o roteiro é livremente inspirado na história do assaltante. O filme, de gênero policial, é narrado tais como os antigos programas policiais de rádio – algo que, para a época, trazia maior realismo à obra. Dentro da ficção, o diretor se apropriou do discurso de jornalistas sensacionalistas para dar um tom de deboche, em tempos de ditadura militar.
Assim como no longa, a mídia da vida real lucrara com os crimes de João Acácio, vendendo inúmeras notícias. Ainda hoje, temos a infelicidade de nos depararmos com casos como o do Bandido, nos quais os meios de comunicação se colocam muito mais como personagens da história do que como observadores externos. Um dos dois únicos filmes em preto-e-branco desta lista.
Trailer:
(Fonte: YouTube / Itaú Cultural)
5. Romeu e Julieta, de Franco Zeffirelli
Baseada na obra de William Shakespeare, o longa-metragem de 1968 é a mais aclamada adaptação do romance entre Julieta Capuleto e Romeu Montecchio. Tirando suas cores fortes e incomuns à década, o filme não apresenta tantos refinamentos estéticos quanto os demais já aqui citados; mas cativou a crítica dos anos 60 e levou dois prêmios Oscar, de Melhor Fotografia e Figurino.
A atuação de Olivia Hussey, como Julieta, é extremamente marcante pela doçura que nos é transmitida em tela. E, novamente, a trilha sonora é importantíssima para a produção – uma das mais reproduzidas de filmes de romance. Uma bela releitura da obra-prima do célebre dramaturgo inglês.
Trailer:
(Fonte: YouTube / MegaCinemas TRAILERS)
6. A Noite dos Mortos-Vivos, de George Romero
O segundo filme em preto-e-branco desta lista inspirou diversas outras produções do gênero conhecido como “apocalipse zumbi”. A figura do morto-vivo afetado e nocivo, que geme como um enfermo e caminha em bando com seus iguais, é originada de A Noite dos Mortos-Vivos – o primeiro de uma série de seis filmes do mesmo diretor, que já ganhou dois remakes e até mesmo uma sátira; esta última é produzida pelo corroteirista do filme original, John Russo, e resultou em uma série paralela à dos filmes de Romero.
Chocante para o público da década de sessenta, o longa-metragem foi criticado por suas incomuns cenas de violência e pela análise simbólica da sociedade estadunidense (que vivia em plena Guerra do Vietnã). O percursor da famosa série de zumbis é regado de metáforas e, com certeza, um título que você não pode deixar de ver.
Trailer:
(Fonte: YouTube / Trailers Forever)
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