Sem muita divulgação, O Vazio (The Hollow), série animada canadense, chegou ao catálogo da Netflix na primeira semana de junho com uma proposta muito intrigante.
Na trama, três jovens acordam em um quarto branco, sem janelas e sem portas. Assustados, eles percebem que não se lembram de nada, não sabem se já se conheciam, não têm ideia de como foram parar ali e não recordam nem de seus próprios nomes – que mais tarde são encontrados em papeizinhos dentro de seus bolsos.
Unindo forças para tentar voltar para casa, os jovens se dão conta de que estão num mundo estranho. Ali, eles possuem poderes e são obrigados a enfrentar monstros malignos, enigmas confusos e missões perigosas. Assim, sem entender nada, os protagonistas Kai, Mira e Adam começam sua jornada de 10 episódios em busca de respostas.
Apesar de ser uma série claramente dedicada ao público infanto-juvenil, O Vazio consegue envolver e entreter com eficiência. Sendo despretensiosa e simples, mas passando longe de ser boba e despropositada.
Os traços da animação, em si, não têm nada de elaborados, assim como a ambientação e a criação de universo, mas estes são aspectos compensados pela narrativa e personagens encantadores.
Logo no episódio piloto, “O quarto”, o clima misterioso, de aventura e até um pouco fantástico já é estabelecido com sucesso, assim como a relação entre os personagens principais.
Adam, Mira e Kai são individualmente repletos de camadas e demonstram um senso de coletivo extraordinário. Claro que isso muito tem a ver com a mensagem que a obra deseja passar para o seu público infantil, mas o desenvolvimento do trio é fundamental também para cativar o espectador.
Assim, os conflitos individuais dos protagonistas tornam-se são tão importantes quanto suas aventuras em grupo. Em seus pequenos gestos e olhares, somos capazes de perceber as inseguranças que habitam o corajoso Adam, as súbitas coragens do medroso Kai e os pequenos desesperos da destemida e racional Mira.
À medida em que avançamos nos episódios, a curiosidade sobre o que levou os três jovens até aquele mundo excêntrico só cresce. Isso porque a série busca em elementos criativos e personagens improváveis da cultura popular a saída para não soar repetitiva ou previsível, alcançando assim seu grande mérito de não subestimar a inteligência do público.
Aliás, a produção brinca justamente com a expectativa da audiência, às vezes até mesmo insinuando que entregará seus segredos. Mas não se precipite, o episódio final reserva gratas e originais surpresas. Por isso, O Vazio pode até ser uma série infanto-juvenil, mas é inventiva e divertida o suficiente para agradar à pessoas de todas as idades.
Ficha técnica
Criação: Greg Sullivan, Kathy Antonsen Rocchio, Vito Viscomi
País: Canadá
Ano: 2018
Elenco:Adrian Petriw, Ashleigh Ball, Connor Parnall
Gênero:Animação, Mistério, Comédia
Distribuição: Netflix
Ótimo post obrigado pelas dicas, continue com o bom trabalho.