Na próxima terça-feira (22), a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas anunciará oficialmente os indicados à 91ª edição do Oscar – cuja cerimônia de premiação será realizada no dia 24 de fevereiro deste ano. Enquanto ansiamos pela data de anunciação, a mera especulação dos títulos que disputarão uma estatueta é garantida pelo favoritismo de alguns deles.
O terceiro remake de Nasce Uma Estrela (do original de 1937), desta vez dirigido por Bradley Cooper, é uma das maiores apostas do ano. Graças à aclamação de crítica e público, o filme surpreende pela escalação – e atuação – da diva pop Lady Gaga, tal como pelos vocais de Cooper; que protagoniza o próprio filme, na pele de um astro do rock em decadência.
A nova releitura da clássica história destaca-se, também, pelas canções originais (como a emocionante Shallow), tal como pela reinvenção de seus personagens principais; que, de um machista incorrigível e uma jovem delicada, passam a um músico sensível, vítima de alcoolismo, e uma mulher de personalidade bastante forte.
Outro nome de peso à premiação é o mexicano Roma, de Alfonso Cuarón. Em ambos Globo de Ouro e Critics’ Choice Awards deste ano, a produção faturou os prêmios de direção. Já na categoria de Melhor Filme, Roma levou, além do Critics’ Choice 2019, o Leão de Ouro do Festival de Veneza do ano passado. Se o drama protagonizado por Yalitza Aparacio for, de fato, indicado ao Oscar, há chances razoáveis de vencer sua categoria de maior prestígio; tornando-se, portanto, o primeiro longa-metragem a ganhar a estatueta de Melhor Filme.
VISIBILIDADE NEGRA
Demais produções como Infiltrado na Klan (de Spike Lee) e Pantera Negra (de Ryan Coogler), destacam-se, respectivamente, pela crítica feroz ao racismo estadunidense e pela representatividade negra em um blockbuster. Já o grande vencedor do PGA 2019, Green Book: O Guia, pode levar o Oscar de Melhor Filme; visto que aquela premiação serve como um termômetro certeiro a esta última.
Em contrapartida, pelo fato de, tanto o diretor de Green Book, Peter Farrelly, quanto seu roteirista, Nick Vallelonga, estarem envolvidos em polêmicas recentes – que incluem desde condutas inapropriadas a declarações de islamofobia (intolerância com muçulmanos) –, a força do drama baseado em fatos reais perde-se um pouco. Se a Academia priorizar o politicamente correto, e for coerente com a recente onda de empoderamento feminino e visibilidade afro-americana, Green Book poderá ser desconsiderado como um potencial vencedor.
Ao mesmo tempo, enquanto que o longa-metragem resume-se ao olhar de um diretor de etnia branca sobre a relação de um homem igualmente branco (Viggo Mortensen) com um negro (interpretado pelo ator muçulmano Mahershala Ali), Se a Rua Beale Falasse (de Barry Jenkins) trata de um caso de racismo sob os olhos de um cineasta negro – ou, o também diretor de Moonlight: Sob a Luz do Luar (que venceu o Oscar de Melhor Filme em 2017).
FIGURAS HISTÓRICAS SATIRIZADAS
Além dos títulos já citados, outros que possivelmente serão indicados à maior categoria do Oscar deste ano são A Favorita (de Yorgos Lanthimos) e Vice (de Adam McKay). O primeiro, uma comédia dramática sobre o relacionamento da Rainha Anne da Inglaterra (Olivia Colman) com duas damas de sua corte, é notável pela representatividade feminina.
Em papéis extremamente poderosos – e longe de quaisquer estereótipos de gênero –, as três personagens principais (além de Colman, Rachel Weisz e Emma Stone integram o elenco) são brilhantemente colocadas na inusitada produção de Lanthimos.
Já em Vice, mais uma figura histórica é retratada de modo cômico; mas, neste último caso, trata-se do vice-presidente de George W. Bush (2001 a 2009), o polêmico Dick Cheney. Pela interpretação altamente crítica do político, o ator Christian Bale faturou o Globo de Ouro e dois Critics’ Choice Awards (nas categorias de Melhor Ator e Melhor Ator em Filme de Comédia).
CEREJAS DO BOLO
Algumas outras produções de peso, como a animação Homem-Aranha: No Aranhaverso (de Peter Ramsey, Bob Persichetti e Rodney Rothman), o drama A Esposa (de Björn Runge) e a cinebiografia de Freddie Mercury, Bohemian Rhapsody (de Bryan Singer), podem ganhar certo destaque – pelas categorias de Animação, Melhor Atriz (pela qual Glenn Close provavelmente será indicada) e Melhor Ator (para Rami Malek), respectivamente.
A cerimônia de premiação da 91ª edição do Oscar será realizada no dia 24 de fevereiro de 2019, em Los Angeles (Califórnia, EUA) – e ainda nenhum nome consta para apresentador. Na televisão brasileira, a premiação será exibida pelo canal pago TNT. Fique ligado!
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