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6 filmes dirigidos por brasileiras, sobre mulheres e para todos
5 filmes para você treinar seu senso de coletividade
Andar por espaços públicos é algo que demanda diversos cuidados específicos; desde tomar precauções contra a violência urbana e acidentes, até estar atento aos tantos caminhos possíveis. Seja como causa ou consequência de tais atitudes, o comportamento pouco consciente das populações nas ruas é algo que só poderá ser transformado a partir da educação. E, dentro disso, as manifestações artísticas representam um forte papel.
Através das artes plásticas ou audiovisuais, por exemplo, é possível promover inúmeras campanhas de conscientização quanto ao espaço público. Por que não respeitar as ruas como respeitamos a sala de nossas casas? Por que não tratar desconhecidos, fora de casa, como tratamos as visitas que recebemos em nossas residências? Por que não jogar o lixo nas lixeiras, compreender o que significa a palavra assédio, ter empatia para com moradores de rua e ser gentil no trânsito?
Tudo seria mais fácil se víssemos o público como vemos o privado. Enquanto isso ainda é uma realidade distante, você pode treinar seu próprio senso de coletividade, ou dar exemplos de uma conduta saudável a demais cidadãos – afinal, o aperfeiçoamento de nossa consciência social é interminável. Para te ajudar, listamos 5 filmes que possibilitam um bom treinamento dessa tal de coletividade. Confira abaixo!
O.J.: Made in America (2016)
Vencedor do Oscar de Melhor Documentário em 2016, O.J.: Made in America foi dividido em cinco partes (para exibição televisiva), totalizando mais de sete horas de longa-metragem. Dirigido por Ezra Edelman, a série documental é uma verdadeira obra-prima do cinema, e engloba temas importantíssimos – como o racismo estrutural dos Estados Unidos da América, a corrupção de seu sistema judiciário e o poder da espetacularização midiática sobre as leis do país.
Em 1994, a ex-esposa de O.J. Simpson, um dos jogadores de futebol americano mais famosos de todos tempos, foi encontrada morta na fachada de sua casa, junto de um amigo, nas mesmas condições. Assim, seguiu-se uma série de investigações que pararam o país norte-americano. Pouco tempo depois, Simpson foi apontado como o principal suspeito do duplo homicídio.
No filme, temos um panorama detalhista sobre as condições nas quais se criou a lenda “The Juice” (apelido de O.J. nos campos de futebol) – o que contribuiu diretamente para inocentá-lo sob o olhos mais implacáveis de que se tem notícia até hoje: os do povo. Made in America é um retrato complexo sobre
a falta de clareza da população estadunidense – tal como a brasileira – quanto ao movimento negro
Conheça o FIM, festival que propõe o fim da sub-representatividade feminina no cinema
De acordo com o material de divulgação do festival: “A sigla FIM não surge por acaso. O Festival quer o fim da sub-representatividade feminina no cinema, estimulando o começo de um novo ciclo com maior espaço para as mulheres de todas as etnias e de diferentes regiões do Brasil e do mundo”.
Ao todo serão exibidos 28 longas-metragens dirigidos por mulheres e distribuídos entre =&1=&, =&2=&, =&3=& e =&4=&
A exibição do filme =&5=&, de Elisa Bracher, abre o Festival na noite do dia 4, no CineSesc. No local também será exibido o longa=&6=&, da diretora Monique Gardenberg, que encerra a primeira edição do =&7=&
Estreia: ‘Chega de Fiu Fiu’ mostra por que o feminismo é tão necessário
Após quatro anos de produção, o documentário brasileiro Chega de Fiu Fiu, inspirado na campanha de combate ao assédio da ONG Think Olga, teve sua primeira sessão de exibição em São Paulo, na última terça (15). Previsto para entrar em circuito comercial, o longa-metragem – que só foi possível graças à arrecadação de mais de 1200 contribuintes no site do Catarse – conta com diversas entrevistas e três personagens principais: Teresa Chaves, de São Paulo (SP), Rosa Luz, de Brasília (DF), e Raquel Carvalho, de Salvador (BA).
Pensado para ser um curta-metragem, o crowdfunding do documentário teve início no final de 2014 e se encerrou no começo de 2015, triplicando a meta de produção. Devido ao sucesso da campanha, as diretoras Amanda Kamanchek Lemos e Fernanda Frazão puderam trabalhar em um longa sobre o assédio sexual em espaços públicos.
Chega de Fiu Fiu é, acima de tudo, uma ferramenta de estudo sobre a dinâmica feminina em centros urbanos. Além de filmar o dia a dia de três mulheres completamente diferentes – uma jovem transexual e periférica, uma professora de História de classe média e uma estudante pertencente a todos os grupos oprimidos (negra, gorda, nordestina, pobre e casada com uma mulher) –, o filme destaca o discurso de especialistas no assunto.
Há momentos especiais em que a prática da documentação é levada ao extremo; enquanto assistimos a um grupo de homens discutindo a questão do assédio, presenciamos, através de óculos com microcâmeras, as protagonistas serem vítimas de abuso em plena luz do dia. Dentro de ônibus, vagões, a pé, de bicicleta, sentadas ou correndo…nos deparamos, em peso, com a cruel realidade dessas – e de todas as – mulheres.
Até mesmo para quem vive o assédio sexual diariamente, enxergar com os olhos de Raquel, Teresa e Rosa, mesmo que por alguns minutos, é chocante. É terrível saber que Teresa opta por não usar uma saia confortável ao andar de bicicleta pela cidade. É nauseante ter de acompanhar o percurso que Rosa faz da faculdade até sua casa, no meio de um matagal deserto e já escurecido pela noite. E é devastador saber que Raquel sorri para seus assediadores, todos os dias, com medo de que lhe façam algum mal por raiva.
Segundo uma pesquisa realizada pela Think Olga em 2013, de 7762 mulheres, 99,6% afirmam já terem sido assediadas. Da quase totalidade de participantes vítimas de assédio, 83% dizem não gostar de receber cantadas. Isso indica a urgência de um sistema de ensino que priorize a educação de gênero em nosso país. Ao mesmo tempo em que temos homens abusivos em situações de poder, temos mulheres sequer conscientes de seu próprio direito ao espaço público.
Através da fala de profissionais, vamos a fundo na história da urbanização e de como as cidades, do modo que as conhecemos hoje, se transformaram em locais de imposição dos homens sobre as mulheres. Enquanto andamos de cabeça baixa, o sexo masculino sente-se livre ficar sem camisa, vestir shorts curtos ou assobiar para uma de nós. Uma simples buzinada pode ter um significado completamente diferente para os dois gêneros; como a sinalização de um mero conhecido ou uma tentativa de abuso.
Chega de Fiu Fiu (o filme) instiga, informa, ensina e educa. Nossa sociedade precisa estar à par de que assédio é o oposto de cantada, e de que é, sim, possível fazer uma denúncia mediante diferentes tipos de constrangimento sexual. Consentimento é somente o que falta para alguém ser assediado. Assim, daremos um pequeno passo dentro da luta pela equidade entre os gêneros, para, futuramente, conseguirmos lançar pautas tão ou mais urgentes do que a proposta pelo filme.
Trailer original:
(Fonte: YouTube / Think Olga)
Ficha técnica
Ano: 2018
Duração: 1h13
Direção: Amanda Kamanchek, Fernanda Frazão
Elenco: Rosa Luz, Raquel Carvalho, Teresa Chaves
Produtora(s): Think Olga, Brodagem Filmes
Gênero: Documentário
País: Brasil
*Próximas exibições de Chega de Fiu Fiu
Sessão especial em São Paulo
CineSesc, 23 de maio, quarta-feira, às 21h.
Seguida de debate com as diretoras do filme e Think Olga.
* Entrada gratuita | ingressos distribuídos 1h antes da sessão. Capacidade da sala: 273 lugares.
Classificação indicativa: livre.
Sessão especial em Brasília
Cine Brasília, 27 de maio, domingo, às 11h.
Bate-papo com a diretora do filme Amanda Kamanchek; a artista visual e personagem do filme Rosa Luz; Jaqueline Fernandes, Subsecretária de Cidadania e Diversidade Cultural e representante do Coturno de Vênus (Associação Lésbica Feminista de Brasília); e de Luana Ferreira, representante da AMB – Articulação de Mulheres Brasileiras.
* Entrada gratuita; ingressos distribuídos 1h antes da sessão.
Classificação indicativa: livre.
Sessão especial em Cachoeira (BA)
Encerramento do Festival MAR – Mulher, Ativismo e Realização. Orla da Praia da Faceira – Cachoeira (BA), 20 de maio, domingo, às 19h30.
Bate-papo aberto com as diretoras do filme Amanda Kamanchek e Fernanda Frazão, e com Raquel Carvalho, estudante de enfermagem e personagem do filme.
* Entrada aberta e gratuita.
(Algumas sessões previstas mediante quórum de 60% do público:)
Sessão especial em Porto Alegre
• 22/5, 19h – Espaço Itaú POA.
Sessão especial no Rio de Janeiro
• 22/5, 19h –
Espaço Itaú Botafogo/Rio