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[Coluna] Cinema nacional: gosto se discute, sim!
A Netflix não é muito diferente de uma grande produtora de filmes
Em 2013, quando a Netflix lançou sua primeira websérie original, House of Cards, diretamente na plataforma de streaming da empresa, o mundo mal fazia ideia da verdadeira revolução cultural que estava por vir. Desde então, a provedora de filmes e séries tornou-se uma poderosa produtora de conteúdo – tendo não somente obtido centenas de milhões de assinantes, como, principalmente, alcançado um lugar de prestígio na “nata” do cinema mundial.
Neste ano, por exemplo, o longa-metragem distribuído pela plataforma, Mudbound – Lágrimas sobre o Mississipi, conquistou quatro indicações ao Oscar: Melhor Atriz Coadjuvante (para Mary J. Blige), Roteiro Adaptado, Fotografia e Canção Original. Além de Mudbound, outros três filmes do streaming receberam indicações na mesma edição – Ícaro e Strong Island, ambos em Documentário em Longa-Metragem, e Heroin(e), em Curta-Metragem.
Mesmo que isso represente um divisor de águas no modo como a Netflix é vista pelo senso comum (o que confirmou ainda mais sua alta capacidade de produzir material de qualidade), a história de suas obras no Oscar não é de agora. Em edições anteriores, os originais What Happened, Miss Simone? e A 13ª Emenda foram indicados na categoria de documentário em longa-metragem (em 2016 e 2017, respectivamente). Também no ano passado, o curta-metragem Os Capacetes Brancos deu à empresa de streaming sua primeira vitória.
Para que um filme distribuído por uma mídia alternativa (que não seja o cinema) concorra aos prêmios Oscar, no entanto,
é preciso que, inicialmente, a produção seja lançada nas telonas
Festivais de cinema para o público infantojuvenil na América Latina (Especial Retina Latina)
ATENÇÃO: Este texto é uma tradução do especial realizado pelo site Retina Latina sobre festivais de cinema infantojuvenis, que acontecem em países latinos. Para ler o texto original, clique aqui. No Retina, você pode assistir gratuitamente a filmes independentes e produzidos na América Latina (sem legendas em português). Para isso, basta fazer um cadastro.
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Com o propósito de ampliar o panorama sobre a difusão audiovisual dirigida ao público infantojuvenil na América Latina, a plataforma Retina Latina realizou um especial com a seleção de oito festivais de cinema para crianças e adolescentes que são realizados no continente – a fim de compreender os objetivos de eventos desse tipo, a percepção de seus organizadores (sobre a questão da produção cinematográfica infantil na América Latina) e os segredos para formar essas jovens audiências.
FESTIVAL INFANTIL E JUVENIL CHULPICINE (EQUADOR)
Freddy Sarzoza é comunicador social e encarregado da comunicação do Festival Chulpicine.
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=&4=&A percepção quanto a esse tipo de produção cinematográfica não é muito encorajadora. É muito difícil conseguir material audiovisual para o público infantil na América Latina, porque enfrentamos, majoritariamente, dois problemas: o primeiro é que as produções vêm da Argentina e do Brasil. No caso da Argentina, a produção de cinema infantil não é frequente, já que conseguimos material em períodos de tempo muito espaçados. O mesmo acontece no Brasil, com o agravante de que as dublagens para o espanhol se fazem necessárias. O cenário da produção cinematográfica infantil e latina é escasso, mas não muito diferente da produção televisiva. Por um lado, existe desinteresse e, por outro, falta de financiamento que permita gerar uma continuidade (dessas produções).
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Você já deu uma chance para as séries de língua não-inglesa?
A partir desse tipo de disposição da indústria cinematográfica brasileira (na qual a distribuição de produções determina várias coisas), criou-se uma cultura “a la American way of life“, em que tendemos a rejeitar filmes europeus – em geral, não-britânicos –, asiáticos e, principalmente, africanos e latino-americanos. Tal rejeição implica em considerar obras francesas essencialmente cult, por exemplo, ou, quem sabe, em enxergar o cinema do Oriente Médio como chato, enfadonho. Então, somada à questão da distribuição,
criam-se arquétipos em cima de quais nacionalidades e gêneros de filmes e séries são os melhores
Os latinos do Oscar: o que a Academia tem contra nossas produções?
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