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Vermelho Sol: o autoritarismo não se instaura do dia para a noite
[Crítica] ‘The Handmaid’s Tale’ retorna com tudo (2ª temp., Eps. 1 e 2)
Na última quarta (25), a plataforma de streaming Hulu (não disponível no Brasil) liberou os dois primeiros episódios da segunda temporada de The Handmaid’s Tale, série baseada no romance O Conto da Aia, de Margaret Atwood.
Na última cena da temporada passada, a protagonista June (vivida pela excelente Elisabeth Moss) fora levada a um destino incerto, após provocar uma pequena revolta. A fim de salvar uma amiga de mesma posição social que ela (ambas, aias escravizadas doméstica e sexualmente), June inspirou suas demais colegas a seguirem o nobre ato. Assim, o cliffhanger – muito pertinente – do último episódio deu gás a uma sequência introdutória magistral, nesta temporada.
Começando exatamente do ponto em que parou, a aia principal da série (que fora adaptada à TV por Bruce Miller), é dirigida à um estádio abandonado para ser enforcada, assim como as demais mulheres de trajes vermelho-sangue. Acompanhamos, então, uma belíssima cena, na qual podemos “desfrutar” um pouco do mais profundo desespero, diante da morte iminente. Tal como na temporada anterior, as cenas do presente dos personagens são intercaladas com flashbacks de suas vidas passadas; ou seja, da vida que todos tinham antes de o fascista governo de Gilead acabar com os EUA que conhecemos.
June, agora muito mais rebelde e decidida, busca enfrentar, com suas limitações, todos aqueles que, deliberadamente, lhe deram a “alcunha” de Offred (título designado a quaisquer aias que, por ventura, viessem a trabalhar na mansão do Comandante Fred Waterford). Para piorar a situação, o Comandante (Joseph Fiennes) acredita piamente ser pai da criança esperada por June; – em Gilead, as aias, ou melhor, as poucas mulheres férteis dessa república distópica, são estupradas mensalmente por seus respectivos “donos”, e com o auxílio de suas esposas.
A autoritária e obsessiva Serena (Yvonne Strahovski), esposa do Comandante, não se importa com a origem de seu futuro bebê – gerado por aquela a quem chama de Offred. Desde a primeira temporada, percebemos Serena como uma mulher inescrupulosa, sem compaixão alguma e, até mesmo, ameaçadora a June.
No primeiro episódio desta temporada, nas poucas cenas em que aparece,
a Esposa nos passa, com facilidade, a sensação do perigo que se aproxima