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Sempre Bruxa, uma série colombiana Netflix feita e protagonizada por mulheres
Quando a Netflix liberou o teaser de Sempre Bruxa, há mais ou menos um mês atrás, muita gente foi tomada por curiosidade e expectativa em relação à série. O recente sucesso de O Mundo Sombrio de Sabrina deve ser um dos motivos para a empolgação gerada, já que essa nova onda de produções protagonizadas por mulheres parece agradar um nicho de audiência que procura por entretenimento, empoderamento e misticismo. Mas não se engane: apesar de apresentarem jovens bruxas como protagonistas, as duas obras originais Netflix têm muito pouco em comum.
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Otis Milburn (Asa Butterfield) é o típico adolescente socialmente retraído que faz de tudo para passar despercebido na escola, contando com a parceria de um único e melhor amigo, Eric (Ncuti Gatwa). Ele vive com a mãe, Jean (Gillian Anderson), uma terapeuta sexual. Aos 16 anos, Otis vivencia as contradições de ser um jovem tímido e sexualmente inexperiente mesmo tendo uma mãe “descolada” e aparentemente bem-resolvida.
As melhores séries originais Netflix de 2018
No entanto, cada série adicionada ao catálogo se comporta de determinada maneira. Podemos separá-las em três grupos: o primeiro, formado pelas séries que chegam discretamente ao catálogo e discretas continuam; no segundo encaixam-se as produções lançadas também sem nenhum apoio de marketing, mas que por algum motivo específico tornam-se fenômenos; e o terceiro diz respeito às séries que já estreiam com toda uma estratégia de marketing planejada.
La Casa de Papel pode ser mencionada como grande representante do segundo grupo. Dos últimos dias de 2017 para o início de 2018, a série espanhola tornou-se fenômeno cultural. De repente, os assaltantes da Casa da Moeda viraram ídolos nacionais – principalmente. Foi a partir daí que a Netflix Brasil passou a dedicar atenção à série.
Já como representante do terceiro grupo temos O Mundo Sombrio de Sabrina. A série “trevosa” da bruxinha adolescente parece ser a nova grande aposta a nível mundial da Netflix, e justamente por isso sua estreia contou com campanhas de marketing fortíssimas.
Considerando que acompanhar todo esse fluxo de conteúdo seja humanamente impossível, listamos três ótimas séries originais que estrearam suas primeiras temporadas em 2018, mas que talvez não tenham chegado ao nível de popularidade de La Casa de Papel e Sabrina. Será que você assistiu a todas elas? Acompanhe:
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Samantha!
Fugitiva: violência doméstica, adolescentes insuportáveis e uma fuga macarrônica
Magda (Paz Vega) dedicou 20 anos de sua vida à maternidade e ao papel de boa esposa de Alejandro Guzmán (Julio Bracho), um poderoso empresário mexicano. Cansada de ser agredida e humilhada pelo marido e percebendo que os negócios sujos da família colocam a vida dos filhos em risco, a mulher, até então acostumada a ter uma vida de luxo, decide abrir mão de tudo e forjar o próprio sequestro para, junto dos três filhos adolescentes, se fazer perder das vistas abusivas de Alejandro.
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Elite, da Netflix, estreia com atores de La Casa de Papel, conflitos adolescentes e um assassinato
Quando a Netflix liberou o primeiro trailer da série espanhola Elite, no dia 10 de setembro, algumas coisas chamaram a atenção e geraram um certo hype em relação à produção, entre elas: a história ambientada num colégio para ricos, onde os alunos usam uniformes que lembram os usados na telenovela teen mexicana Rebelde, e o elenco formado por alguns dos atores do fenômeno La Casa de Papel.
A propaganda realizada pela plataforma de streaming foi pesada e se espalhou até pelas ruas e pelas estações de metrô. O marketing da Netflix não desprezou as comparações entre Elite e outras produções, preparando materiais de campanha onde os atores principais apareciam instigando o público a assistir à série para descobrir se essas comparações fazem sentido ou não.
Na trama, a rotina do colégio particular Las Encinas é abalada com a chegada de três jovens bolsistas: Samuel (Itzan Escamilla), Nadia (Mina El Hammani) e Christian (Miguel Herrán). O colégio, famoso por ter entre seus estudantes os filhos da elite espanhola, recebe os novos alunos depois que a escola onde eles estudavam desaba e o responsável pela obra, pai de Marina (María Pedraza) e Guzmán (Miguel Bernardeau), decide pagar pela educação dos jovens para fazer um “mea culpa” diante da sociedade.
A entrada do trio no novo colégio estoura uma bolha social privilegiada e inicia alguns conflitos sociais e pessoais, colocando luz sobre temas como: sexualidade, xenofobia e racismo, consumo e tráfico de drogas, corrupção, doenças sexualmente transmissíveis e até sobre desigualdades sociais. Costurando todos os arcos, a princípio como pano de fundo, há a investigação de um crime.
Logo nos primeiros momentos do primeiro episódio, descobrimos que alguma coisa aconteceu no colégio e que alunos e professores estão sendo interrogados pela polícia. Pela tensão que a série emprega ao dar as dicas, fica claro que trata-se de um assassinato. Demora alguns episódios para sabermos quem morreu e, claro, mais uns tantos outros para descobrirmos o assassino e sua motivação.
Elite desenvolve-se trabalhando dois tempos distintos simultaneamente. Ao passo em que acompanhamos a rotina e as relações que permeiam as instalações do Las Encinas com a chegada dos bolsistas, acompanhamos também breves momentos de cada um dos personagens sendo interrogados por uma policial. São esses dois eixos narrativos que vão, aos poucos, expondo as peças do jogo.
Apesar de flertar com elementos que remontam a produções consolidadas no imaginário do público (como a telenovela Rebelde e a série Gossip Girl) , Elite traça sua própria trajetória, valendo-se também de elementos de investigação policial – presentes em muitas das séries europeias lançadas como originais Netflix dos últimos tempos. Por isso, é justo dizer que nem as gravatinhas dos uniformes, os atores de La Casa de Papel, as picuinhas de jovens ricos e os colegas de escola falando de alguém que já morreu ao melhor estilo 13 Reasons Why prejudicam a trama. Os elementos não são nada inovadores, é verdade, mas eles são reorganizados de forma instigante.
Além disso, é importante levar em consideração que trata-se de uma série que dá prioridade ao público adolescente. Isso não significa que ela seja restrita a esse nicho, afinal, tramas de investigação costumam ser envolventes. Significa, no entanto, que os temas retratados têm mais a ver com o universo jovem. De qualquer maneira, são pautas importantes, atuais e abordadas de maneira equilibrada. Tem sido comum que essas novas produções, principalmente as espanholas, trabalhem entrelinhas comprometidas em contextualizar, mesmo que sutilmente, questões atuais que contribuem também para a construção dos personagens.
Assim como La Casa de Papel, Elite carrega um certo ar de novela. A série chega a empregar o já muito utilizado – mas ainda eficiente – “quem matou?” como ferramenta de engajamento. Aliás, essa é uma ferramenta usada bem aos moldes de telenovelas, com direito a reviravoltas e tudo mais. Nada que chegue a ser incômodo para o público em geral, mas é certo que o melodrama aparece em cena ou outra para dar um olá – principalmente nos últimos minutos do episódio final, que servem de gancho para uma segunda temporada.
Ao que tudo indica, depois de ser surpreendida pelo sucesso dos assaltantes mascarados de macacões vermelhos, a Netflix decidiu bancar as produções espanholas originais apostando na afetividade cativa do público. O espectador que der play em Elite influenciado pelo elenco ou pelas referências, não vai se decepcionar. As intrigas, suspense, reviravoltas e fortes emoções estão ali, num pacote concebido e realizado para garantir a boa aceitação da audiência.
Trailer:
(Fonte: Netflix Brasil / YouTube)
Ficha técnica
Criação: Carlos Montero, Darío Madrona
País: Espanha
Ano: 2018
Elenco: María Pedraza, Miguel Bernardeau, Miguel Herrán, Mina El Hammani, Danna Paola, Jaime Lorente
Gênero: Drama
Distribuição: Netflix