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[Coluna] Sense8 e a dualidade de sentimentos desta espectadora
Quando Sense8 (criado pela irmãs Wachowskis e J. Michael Straczynski) estreou em 2015 na Netflix, a então recente plataforma conquistou milhares de fãs brasileiros. Por seu conteúdo de ficção científica e apelo genuíno à comunidade LGBT, a série foi uma das mais badaladas daquele ano.
Quase dois anos depois, em 2017, o programa ganhou uma nova temporada. Devido à considerável redução na audiência e aos altíssimos custos de produção – com gravações em diversos países, como Estados Unidos, Inglaterra, Coreia do Sul e, até, Brasil – a série foi cancelada pela plataforma de streaming, logo após o lançamento da última temporada. Mas, para a alegria de sua fanbase, Sense8 encerrou sua jornada com um episódio final de duas horas e meia, tendo estreado no último dia 8.
Avaliando todo o impacto que a série teve para o público, principalmente brasileiro, é inegável a relevância de sua representatividade. Diversidade é o maior mérito de Sense8, com protagonistas como o casal de lésbicas Amanita (Freema Agyeman) e Nomi (Jamie Clayton), sendo esta última uma transgênero dentro e fora da ficção; Lito (Miguel Ángel Silvestre), um gay enrustido; Kala (Tina Desai), uma indiana budista; Capheus (Aml Ameen e Toby Onwumere=&0=&, um negro queniano; Sun (Doona Bae), uma lutadora sul-coreana; Wolfgang (Max Riemelt), um criminoso alemão; Riley (Tuppence Middleton), uma DJ islandesa, e Will (Brian J. Smith), um policial norte-americano.
É claro que, pelas notórias ousadia e inventividade das Wachowskis, a trama principal do programa, quanto à espécie Homo sensorium (de mesmo gênero do Homo sapiens, cuja diferença consiste na capacidade de comunicação cerebral e troca de informações instantaneamente), despertou a curiosidade dos assinantes da Netflix desde o início.
Mesmo que os diálogos da série sejam totalmente acessíveis ao senso comum, a complexidade da narração acabou por acelerar algumas histórias e sobrecarregar o programa de subtramas.
Toda a concepção dos sensate (nome popular do Homo sensorium) diz respeito à capacidade de empatia dos (nem tão) seres humanos; uma vez que, dentro de um grupo limitado de sensate, cada integrante compartilha das experiências sensoriais dos demais – como visão, audição, tato, paladar e olfato. Sendo assim, suas habilidades também podem ser compartilhadas. A partir daí, é natural que os roteiristas da série tenham integrado à essa conta a sexualidade humana.
Sendo um sensate, é possível saber como são as vivências de uma pessoa transgênero