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Café com Canela: a ausência de diretoras negras no cinema nacional e a militância de um filme afetivo
Em 1984, a diretora Adélia Sampaio lançava Amor Maldito, filme que seria reconhecido – e prestigiado -, hoje, como o primeiro longa-metragem de ficção dirigido por uma mulher negra no Brasil a estrear comercialmente. Desde então, 34 anos se passaram até que o segundo longa brasileiro de ficção dirigido por mulher negra chegasse às salas de exibição. Co-dirigido por Ary Rosa e Glenda Nicácio, Café com Canela estreou, em agosto, carregando consigo esse título importante e complexo: ao mesmo tempo em que é digno de comemoração, também revela o pior do nosso cinema nacional excludente.
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Tentei: o ciclo da violência doméstica em 14 minutos
Atenção: este texto contém spoilers. Antes de seguir com a leitura, assista ao curta aqui.
Aos 34 anos e tomada pela coragem que reuniu ao longo de muito tempo, Glória (Patricia Saravy) decide, numa manhã que tinha tudo para ser como qualquer outra, se livrar de um ciclo que a oprime e fragiliza há mais de uma década e recuperar o seu direito de ser, de existir com dignidade.
Alguma Coisa Assim: a toxicidade das incertezas constantes
Anos atrás, os diretores e roteiristas Esmir Filho e Mariana Bastos lançaram o curta-metragem Alguma Coisa Assim, que usava a noite da Rua Augusta, em São Paulo, como pano de fundo para desenvolver a relação e as descobertas pessoais de dois jovens amigos. Na época, os 15 minutos de filme focaram nas inquietações de Caio (André Antunes) em relação a sua sexualidade e nas reações de Mari (Caroline Abras) perante as incertezas do amigo.
Era o Hotel Cambridge e o (não) pertencimento
Era madrugada do feriado de 1º de maio quando o Edifício Wilton Paes de Almeida, no centro de São Paulo, desabou após um incêndio. O lugar estava ocupado por dezenas de famílias do movimento sem-teto que, desabrigadas, passaram a acampar em frente ao prédio, na praça do Largo do Paissandu, como forma de pressionar a prefeitura por moradia.
Mulheres Alteradas poderia ter sido, mas não foi
Mulheres Alteradas, comédia brasileira que estreou no último dia 5, começa sua projeção explicando o próprio título: mulheres alteradas não são “loucas”, são mulheres modificadas. Mulheres que mudam. Esse é um esclarecimento necessário, principalmente se considerarmos o contexto de comédias nacionais que constantemente apelam para títulos e narrativas sobre mulheres desequilibradas.
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Estreia: Baronesa, de Juliana Antunes, é espontâneo e potente
Leidiane cuida dos filhos sozinha enquanto espera pelo marido que está preso. Andreia se empenha em juntar dinheiro para se mudar. Vizinhas e amigas, elas sobrevivem em um bairro violento da periferia de Belo Horizonte, trocam confidências, compartilham vivências, aflições, tragédias particulares, pequenas alegrias e protagonizam Baronesa.
‘As Boas Maneiras’ é a estreia que você precisa assistir em junho
No início de junho, As Boas Maneiras, novo trabalho da dupla de diretores Juliana Rojas e Marco Dutra, estreou nos cinemas brasileiros sob muitos elogios da crítica especializada. Essa é segunda vez em que Rojas e Dutra dividem direção. Em 2011, os dois estrearam Trabalhar Cansa, longa que aposta no suspense e no sobrenatural para desenvolver alegorias sobre relações de trabalho, aflições da classe média e dinâmicas sociais.
Crítica: Layla M.
Layla M. (Nora El Koussour), personagem-título do filme da holandesa Mijke de Jong, é uma garota muçulmana que nasceu em Amsterdam. Apesar de nunca ter conhecido outra realidade, a jovem vive ininterruptamente assombrada por uma sensação de não pertencimento, consequência da crescente onda de xenofobia que assola a Europa.