Comemorado em 28 de junho (mais recentemente, na última quinta-feira), o Dia Internacional do Orgulho LGBT é sempre reforçado com protestos e demais manifestações de resistência ao redor do mundo. A escolha da data justifica-se segundo os acontecimentos de 1969, quando frequentadores LGBT do bar Stonewall-Inn, em Nova Iorque, revoltaram-se contra policiais truculentos. A partir daí, o acontecimento ficou conhecido como Rebelião de Stonewall.
Pensando na construção de uma consciência coletiva desde a primeira infância, quanto ao respeito inerente à diversidade sexual, preparamos uma lista com 5 personagens LGBT de animações infantis – para você curtir, recomendar e dar de exemplo às crianças e adolescentes LGBT da sua vida!
1. Doris, a Irmã Feia (Shrek 2 e Shrek Terceiro)
Na fábula hilária e contemporânea Shrek, Doris (dublada por Larry King, no original) representa uma das irmãs feias da princesa Cinderela. Introduzida na primeira sequência da série, com Shrek 2, Doris aparece como a bartender de uma taverna frequentada por vilões dos contos de fadas. Já em Shrek Terceiro, a personagem ganha uma participação bem maior, ao integrar o time de princesas revoltadas contra o antagonista Príncipe Encantado.
Por que LGBT? Apesar de nunca mencionar sua identidade de gênero, Doris fora construída pela produção de Shrek para representar uma personagem transgênero. Sua alta estatura, ombros largos e voz masculina – tal como as piadas que a envolvem (referente ao estranhamento dos demais personagens diante de seu porte físico) – deixa claro que a “princesa” identifica-se com o gênero oposto àquele com o qual nasceu. E, para melhorar, Doris tem uma incrível personalidade; muito ética e respeitosa.
2. Princesa Jujuba (Hora de Aventura)
A Princesa Jujuba (interpretada por Hynden Walch, na versão em inglês) é a monarca do Reino Doce, da fantástica Terra de Ooo. Muitíssimo inteligente e generosa, a Princesa nutre um amor sincero por seus súditos, assim como pela Ciência (nos moldes do desenho animado, é claro). Feita de biomassa de chiclete, a personagem de 827 anos é, durante grande parte da série, o interesse amoroso do protagonista Finn, o Humano.
Por que LGBT? Em uma noite de autógrafos, em Los Angeles, 2014, Olivia Olson, que dubla a vampira Marceline, contou que Pendleton Ward, o autor do desenho, confirmou um relacionamento antigo entre Jujuba e Marceline. Alguns fãs já vinham especulando a possibilidade de a relação entre as duas ter ido além da amizade, já que a própria série dava alguns indícios disso. Um deles é o fato de Jujuba dormir com uma camiseta que já pertencera a Marceline, e que teria um significado muito especial à princesa. Outro motivo é este aqui:
(Canção Sou Seu Problema, composta por Marceline a alguém com um “lindo rosto [cor-de-]rosa”):
(Fonte: Cartoon Network Brasil / YouTube)
3. Ele (As Meninas Superpoderosas)
Segundo a descrição de Ele (voz de Tom Kane) pelo narrador de As Meninas Superpoderosas, “é um vilão tão mau, tão terrivelmente mau, que mesmo a pronunciação de seu nome provoca medo nos corações dos homens”. Ele tem a pele vermelha, garras no lugar das mãos, orelhas pontudas, uma voz aguda que faz eco e uma saia cor-de-rosa de tule. O vilão pode ser visto como uma adaptação do Satanás da Bíblia.
Por que LGBT? Por seu jeito afeminado, assim como suas vestes, Ele também pode ser considerado um personagem transformista. O comportamento, a androginia e as intenções do vilão transformam-no em uma figura divertida, tal como a personalidade de uma drag queen.
4. Garnet (Steven Universo)
Uma fusão entre duas Crystal Gems (raça de seres alienígenas de Steven Universo), Garnet (interpretada por Estelle) é “a própria definição” do amor lésbico. Líder do grupo, se juntou às Crystal Gems por sua condição de fusão ser aceita de bom grado. Forte e confiante, Garnet não poderia ser definida por outra palavra que não fosse resistência.
Por que LGBT?
Garnet é a fusão entre Rubi e Safira, duas Gems que se uniram, graças ao amor nutrido uma pela outra. Visto por algumas outras Gems como algo nojento e inacreditável, a fusão (Garnet) é, em certo momento, rompida. Novamente Rubi e Safira, ambas fogem da base de Diamante Azul; já que Rubi seria condenada à destruição, por sua fusão com a parceira.
Quando as duas vêm para a Terra, resolvem virar Garnet definitivamente. E, após a nova fusão, a personagem Rose Quartz revela a Garnet seu contentamento, por esta aceitar a própria condição (de ser uma fusão). Claramente, a história de origem de Garnet é uma metáfora para a (auto e coletiva) aceitação de determinada orientação sexual ou identidade de gênero. Maravilhoso, não é?
5. Oaken (Frozen: Uma Aventura Congelante)
Quando Frozen estreou em 2013, algo além de seus memoráveis números musicais e das artimanhas da rainha Elsa (Idina Menzel) despertou a atenção de público e crítica. Em dado momento, quando a protagonista Anna (Kristen Bell) chega a um estabelecimento para comprar roupas de inverno, o vendedor e dono do local, chamado de Oaken (voz de Chris Williams), apresenta sua família à princesa.
Por que LGBT? Aí é que está. A família de Oaken, segundo o que é mostrado no longa-metragem, é composta por quatro crianças e um homem adulto. Depois de algumas matérias serem lançadas na internet, a especulação de que o personagem teria uma relação homoafetiva tornou-se, praticamente, uma constatação. E nós não poderíamos ter ficado mais felizes; já que, com isso, a Disney (produtora do filme) dá sua cara à tapa e demonstra algum apoio à visibilidade LGBT.
Recomendo vivamente o seu blog/site.
Achei-o de excelente qualidade.
Obrigado
Ana