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Os melhores sci-fi dos últimos 25 anos (pt. 1)
Estreia: ‘Tully’, com Charlize Theron, aborda a maternidade de maneira digna e cativante
Estreia, nesta quinta (24), o mais novo filme estrelado por Charlize Theron (Monster – Desejo Assassino, Mad Max: Estrada da Fúria). Tully conta a história de Mario (Theron), uma mãe de três filhos que, completamente esgotada pelas demandas sociais, resolve contratar uma babá noturna.
De nome Tully, a babá vivida por Mackenzie Davis (Black Mirror, Blade Runner 2049) é, em termos de personalidade, o oposto de Mario. Jovem, magra, cheia de vida e com a cabeça bastante aberta, Tully traz para a vida de sua patroa muito mais do que um apoio materno; e sim, uma grande amizade.
Dirigido por Jason Reitman, mesmo diretor de filmes de tom irônico e sobre situações comuns da vida – como Juno e Jovens Adultos (este último, também protagonizado por Theron) –, Tully é nada mais do que uma comédia dramática sobre as difíceis situações pelas quais uma mãe passa durante 24 horas por dia.
Acordar de madrugada para dar de mama, engordar com a gravidez, retirar leite dos seios, ir a reuniões escolares, cozinhar, trabalhar, ser compreensiva…tudo isso, somado à falta de ajuda de seu parceiro (Mark Duplass) na paternidade, e o trabalho dobrado com o filho portador de necessidades especiais, faz com que a saúde mental de Mario entre em colapso. É na babá, portanto, que todo o apoio prático e psicológico que a mãe de três precisa é suprido.
Tully não está lá somente para ninar a bebê recém-nascida por madrugadas intermináveis, mas também para recuperar o interesse de Mario em si mesma. Com atuação simplesmente brilhante, a veterana Theron nos entrega uma personagem passível de identificação imediata – principalmente se você for mãe, é claro. Sua capacidade de fazer rir em momentos tragicômicos demonstra que a atriz, mais uma vez, domina qualquer papel no cinema.
Mario ama incondicionalmente seus filhos, mas, talvez nem tanto, a própria maternidade. Depois que seu irmão e sua cunhada, irritantemente perfeitos e bem-sucedidos, sugerem que a protagonista contrate uma babá noturna, Mario, desesperada, segue o conselho e procura por um braço-direito.
Através de diálogos afiados, Tully (o filme e a babá) nos conquista desde o início. Ambas com forte personalidade, as personagens principais do longa-metragem se completam de uma maneira inexplicável, elevando o conceito de sororidade (apoio mútuo entre mulheres) às últimas consequências. Após tanta angústia, é muito satisfatório poder ver aquela mãe retornando, aos poucos, a um estado sincero de felicidade.
Mas, não se engane. Tully não vai lhe trazer apenas conforto com essa relação. É na leveza de tratamento a um tema tão recorrente – e banalizado – que o longa alcança mérito. Com personagens cativantes, um enredo cheio de reviravoltas e uma ambientação agradável, o filme é, acima de tudo,
uma bela homenagem à maternidade
Você já deu uma chance para as séries de língua não-inglesa?
A partir desse tipo de disposição da indústria cinematográfica brasileira (na qual a distribuição de produções determina várias coisas), criou-se uma cultura “a la American way of life“, em que tendemos a rejeitar filmes europeus – em geral, não-britânicos –, asiáticos e, principalmente, africanos e latino-americanos. Tal rejeição implica em considerar obras francesas essencialmente cult, por exemplo, ou, quem sabe, em enxergar o cinema do Oriente Médio como chato, enfadonho. Então, somada à questão da distribuição,
criam-se arquétipos em cima de quais nacionalidades e gêneros de filmes e séries são os melhores
Crítica: Liga da Justiça
Quando a Warner Bros. confirmou a produção de Liga da Justiça e de todo o universo cinematográfico da DC Comics, os fãs foram à loucura. Mas, sob suas cabeças, pairou a dúvida de que a DC seria mesmo capaz de transformar suas histórias tão bem quanto a concorrente Marvel.
Em 2012, Os Vingadores foi um verdadeiro sucesso de crítica e de bilheteria. Daí em diante, a Walt Disney Pictures catapultou a popularidade de seus filmes de super-heróis, trazendo, quase que com unanimidade de público, uma alta qualidade ao Universo Marvel. Quanto à DC, em 2013, com o lançamento de O Homem de Aço – o primeiro filme de Henry Cavill como Superman –, a Warner viu-se bem atrás de sua rival, tanto para a crítica especializada quanto para o público.
A rixa entre Marvel e DC intensificou-se à medida em que os polêmicos filmes desta última eram lançados no cinema. Batman vs Superman: A Origem da Justiça (2016) conseguiu atingir níveis satisfatórios de bilheteria, mas a crítica apresentou baixa aprovação. O filme tem uma vasta lista de problemas e sua má execução é inegável. Já o seguinte Esquadrão Suicida consegue ser ainda pior.
Neste ano, com Mulher-Maravilha, a DC finalmente nos entregou um longa-metragem digno de apreço. Sendo assim, as expectativas para Liga da Justiça aumentaram um pouco, mas não o suficiente para esquecer os fracassos antecessores da empresa. Zack Snyder retorna na direção do primeiro filme da Liga. Batman (Ben Affleck), Mulher-Maravilha (Gal Gadot), Aquaman (Jason Momoa), Flash (Ezra Miller) e Cyborg (Ray Fisher) reúnem-se para evitar que um poderoso inimigo ataque o planeta.
Em primeiro lugar, apesar de todos os pesares, e considerando a baixa média de aprovação da crítica, Liga da Justiça é um bom filme. Ele é supreendentemente divertido e apresenta um enredo amarrado. A harmonia entre os integrantes do grupo é inegável e todos os atores entregam boas atuações.
A cena de introdução traz um Batman bastante amadurecido, lutando em um cenário “a la Gotham de Tim Burton”. Em seguida, há uma espécie de clipe musical, construído a partir das técnicas mais usadas por Snyder – como câmera lenta e explosões –, e uma sequência fantástica da Mulher-Maravilha em ação. As primeiras cenas do filme já trazem um clima bem diferente do de Batman vs Superman. Está claro que a produção quis mostrar que aprendeu com as reprovações anteriores e inovou em seu estilo; principalmente através da fotografia mais colorida que a DC adotou em seus dois últimos filmes. E, o mais importante, é que isso tudo funciona.
Ezra Miller é o principal alívio cômico do longa. Sua atuação competente não transforma Barry Allen (o Flash) em alguém cansativo, mas sim carismático e até mesmo ingênuo. O Aquaman de Jason Momoa é basicamente o integrante mais descolado da Liga. Protagonizando cenas na inédita Atlantis, embaixo d’água, temos um vislumbre de como será seu filme solo. Quanto ao Cyborg, sua trama individual é, talvez, a menos explorada, mas não o suficiente para o personagem passar despercebido ou ter sua forte personalidade diminuída.
O filme sofre com a falta de representatividade feminina, mesmo com uma sequência fenomenal das Amazonas em Themyscira, e já que Diana Prince é a única integrante mulher da Liga. Além disso, um dos problemas do longa está na rápida resolução do ato final, o que deu um tom simplista demais à história.
No mais, Liga da Justiça guarda surpresas agradáveis – e a maior delas é justamente a qualidade do filme. Não há enrolação e nem muitas pontas soltas, como há em exaustão em Batman vs Superman. Liga se propõe a ser exatamente aquilo que um filme de super-heróis é: uma série de efeitos especiais de última geração, com personagens carismáticos e uma boa narração. Aguardemos os próximos longas da DC, e que eles não percam a qualidade adotada recentemente.
*Texto originalmente publicado em 23/11/17
Ficha técnica
Ano: 2017
Duração: 2h
Direção: Zack Snyder
Elenco: Gal Gadot, Ben Affleck, Ezra Miller, Jason Momoa, Ray Fisher
Distribuidora: Warner Bros
País: EUA
Crítica: It – A Coisa
Anos 80, grupo de garotos losers, crianças desaparecidas e um palhaço demoníaco que se transforma de acordo com o medo de sua presa. Misture tudo isso em um roteiro inspirado em uma das obras mais famosas de Stephen King e obtenha It: A Coisa. O mais novo filme de Andrés Muschietti aproveita a onda nostálgica de enredos habituados na década dos walkmans e walkie-talkies para oferecer um formato incomum de terror.