Aconteceu na noite do último domingo (12), na Riviera Maya, México, a cerimônia da 6ª edição dos Prêmios Platino de cinema ibero-americano. Transmitido ao vivo pelo Canal Brasil, o evento celebrou a produção audiovisual de 23 países (América Latina, Espanha e Portugal), que se reuniram pelo cinema e para compartilhar o melhor de suas culturas com o mundo.
O México, além de sediar o Platino 2019, brilhou na premiação e ficou atrás somente da Espanha em número de estatuetas. Roma, filme de Alfonso Cuarón, concorreu em nove categorias e foi premiado cinco vezes: Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Direção de Som, Melhor Roteiro e Melhor Direção de Fotografia. Além disso, pela votação do público o país levou também os prêmios de Melhor Filme e Melhor Atriz, para Yalitza Aparicio. Já a original Netflix La Casa de las Flores rendeu o prêmio de Melhor Interpretação Feminina em Minissérie ou Telessérie para a mexicana Cecilia Suárez, enquanto o ator mexicano Diego Luna levou a categoria de Melhor Interpretação Masculina em Minissérie ou Telessérie por Narcos: México.
O Brasil concorreu apenas a Melhor Música Original (Edu Lobo, O Grande Circo Místico) e Melhor Direção de Arte (Artur Pinheiro, O Grande Circo Místico), e não conseguiu nenhuma estatueta. O Paraguai, por sua vez, conquistou seus dois primeiros Platino (Melhor Estreia de Ficção e Melhor Interpretação Feminina) graças ao filme As Herdeiras.
Neste ano, os Prêmios Platino se comprometeram com a iniciativa “17 prêmios, 17 objetivos das Nações Unidas para criar um mundo melhor”. Assim, cada uma das estatuetas representou um objetivo, urgente e universal, por um futuro mais justo, pacífico e com maior qualidade de vida para todos os seus habitantes.
Em comparação ao ano passado, a premiação contou com menos mulheres indicadas nas categorias de criação e quase nenhuma indicada nas categorias técnicas. Destacaram-se: Angélica Perea, colombiana que desbancou Roma e levou o prêmio de Melhor Direção de Arte por Pássaros de Verão; e a espanhola Almudena Carracedo, que recebeu o prêmio de Melhor Documentário por O Silêncio dos Outros e disse esperar que o prêmio faça com que o filme seja visto também na América Latina, podendo assim colaborar para o diálogo sobre memória.
Apesar das indicações majoritariamente masculinas, a cerimônia foi marcada por muitos discursos a favor dos direitos humanos – sobre gênero, raça e religião, principalmente. A certa altura, Yalitza Aparício pediu para todas as pessoas presentes darem as mãos em nome da equidade de gênero e do companheirismo entre nações.
Outra pauta importante levantada pelo evento foi a importância da coprodução entre países ibero-americanos para dar continuidade à boa leva de filmes recentes produzidos na região e fortalecer uma indústria coletiva, que possa reunir todos os países envolvidos para aumentar suas potências em conjunto e ao mesmo tempo preservar suas individualidades.
Nos momentos de descontração foram feitas algumas brincadeiras ácidas sobre o presidente norte-americano Donald Trump e sobre a quantidade exorbitante de séries latino-americanas que tratam de narcotráfico e violência. Depois, o comediante espanhol Edu Soto puxou uma paródia de Bella Ciao – música que ficou famosa por conta da série La Casa de Papel. A letra celebrava a importância dos Prêmios Platino para a comunidade ibero-americana, a diversidade de sotaques na língua espanhola e a participação do português.
Confira a lista completa de indicados e ganhadores (em negrito) da 6ª edição dos Prêmios Platino e saiba onde encontrar os filmes que já chegaram ao Brasil:
MELHOR FILME DE ESTREIA
Carmen & Lola (Espanha)
A família (Venezuela, Chile)
As Herdeiras (Paraguai, Uruguai, Brasil) – Disponível no Google Play
Viagem ao quarto de uma mãe (Espanha)
MELHOR DOCUMENTÁRIO
Camarão, flamenco e revolução (Espanha)
O Silêncio dos outros (Espanha) – Já estreou nos cinemas brasileiros, mas ainda não está disponível nos serviços de vídeo sob demanda
A liberdade do diabo (México)
Eu não me chamo Rubén Blades (Panamá, Argentina, Colômbia)
MELHOR FILME DE FICÇÃO
Campeões (Espanha)
A Noite de 12 Anos (Espanha, Argentina, Uruguai) – Disponível na Netflix
Pássaros de Verão (Colômbia, México)
Roma (México) – Disponível na Netflix
MELHOR ROTEIRO
Alfonso Cuarón – Roma (México)
Álvaro Brechner – A Noite de 12 Anos (Espanha, Argentina, Uruguai)
David Márques, Javier Fesser – Campeões (Espanha)
Marcelo Martinessi – As Herdeiras (Paraguai, Uruguai, Brasil)
MELHOR DIREÇÃO
Alfonso Cuarón – Roma (México)
Álvaro Brechner – A Noite de 12 Anos (Espanha, Argentina, Uruguai)
Cristina Gallego, Ciro Guerra – Pássaros de Verão (Colômbia, México)
Javier Fesser – Campeões (Espanha)
MELHOR DIREÇÃO DE FOTOGRAFIA
Alfonso Cuarón – Roma (México)
Carlos Catalán – A Noite de 12 Anos (Espanha, Argentina, Uruguai)
David Gallego – Pássaros de verão (Colômbia, México)
Luis Armando Arteaga – As Herdeiras (Paraguai, Uruguai, Brasil)
MELHOR DIREÇÃO DE SOM
Carlos E. García, Claus Linge, Marco Salaverria – Pássaros de Verão (Colômbia, México)
José Luis Díaz – O Anjo (Argentina, Espanha) – o filme ainda está em cartaz em alguns cinemas brasileiros
Roberto Fernández, Alfonso Raposo – O reino (Espanha)
Sergio Díaz, Skip Lievsay, Craig Henighan, José Antonio García – Roma (México)
MELHOR MÚSICA ORIGINAL
Alberto Iglesias – Yuli (Espanha)
Edu Lobo – O grande circo místico (Brasil, Portugal) – Disponível no Google Play
Federico Jusid – A Noite de 12 Anos (Espanha, Argentina, Uruguai)
Oliver Arson – O reino (Espanha)
MELHOR DIREÇÃO DE ARTE
Angélica Perea – Pássaros de Verão (Colômbia, México)
Artur Pinheiro – O grande circo místico (Brasil, Portugal)
Benjamín Fernández – O homem que matou Dom Quixote (Espanha, Portugal)
Eugenio Caballero – Roma (México)
MELHOR DIREÇÃO DE MONTAGEM
Alberto Del Campo – O reino (Espanha)
Alfonso Cuarón, Adam Gough – Roma (México)
Guillermo Gatti – O Anjo (Argentina, Espanha)
Miguel Schverdfinger – Pássaros de Verão (Colômbia, México)
MELHOR ANIMAÇÃO
A casa lobo (Chile)
Memórias de um homem de pijama (Espanha)
Um dia a mais com vida (Espanha)
Vírus tropical (Colômbia)
PRÊMIO PLATINO AO CINEMA E EDUCAÇÃO EM VALORES
Campeões (Espanha)
Carmen & Lola (Espanha)
A Noite de 12 Anos (Espanha, Argentina, Uruguai)
As Herdeiras (Paraguai, Uruguai, Brasil)
MELHOR INTERPRETAÇÃO MASCULINA
Antonio De la Torre – O reino (Espanha)
Javier Bardem – Todos já sabem (Espanha)
Javier Gutiérrez – Campeões (Espanha)
Lorenzo Ferro – O Anjo (Argentina, Espanha)
MELHOR INTERPRETAÇÃO FEMININA
Ana Brun – As Herdeiras (Paraguai, Uruguai, Brasil)
Marina de Tavira – Roma (México)
Penélope Cruz – Todos já sabem (Espanha)
Yalitza Aparicio – Roma (México)
MELHOR MINISSÉRIE OU TELESSÉRIE IBERO-AMERICANA
Arde Madrid (Espanha)
O marginal II (Argentina) – Disponível na Netflix
A Casa das Flores (México) – Disponível na Netflix
Narcos: México (México) – Disponível na Netflix
MELHOR INTERPRETAÇÃO MASCULINA EM MINISSÉRIE OU TELESSÉRIE
Diego Boneta – Luís Miguel: a série (México) – Disponível na Netflix
Diego Luna – Narcos: México (México)
Javier Rey – Farinha (Espanha) – Disponível na Netflix
Nicolás Furtado – O marginal II (Argentina)
MELHOR INTERPRETAÇÃO FEMININA EM MINISSÉRIE OU TELESSÉRIE
Anna Castillo – Arde Madrid (Espanha)
Cecilia Suárez – A casa das flores (México)
Inma Cuesta – Arde Madrid (Espanha)
Najwa Nimri – Vis a Vis (Espanha)
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