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Neste pequeno grande filme, escrito por Patricio Plaza e dirigido por Santiago ‘bou’ Grasso, acompanhamos o protagonista, um homem comum – que beira o medíocre como tudo ao seu redor – durante seus afazeres rotineiros. Ele acorda, faz sua higiene pessoal, toma café e se desloca até o trabalho. Até aí, mais comum impossível.
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Uma princesa alcoólatra, um elfo renegado e um demônio nanico vivem estranhas desventuras em plena Idade Média. Esse é o enredo principal de (Des)encanto, uma série Original Netflix e criada por Matt Groening (também criador de Os Simpsons e Futurama). Tal como em Os Simpsons – que já se encontra em sua 29ª temporada –, o humor crítico e irônico da trama medieval é um de seus principais trunfos.
(Des)encanto entra para a lista de desenhos adultos da plataforma de streaming, juntamente com BoJack Horseman e Big Mouth – para citar os mais famosos. Seu conteúdo cínico e divertido é acompanhado pelos traços artísticos que tanto caracterizam as demais produções de Groening; e o que contribui para a familiaridade sentida diante dos personagens. Lábio superior exagerado, olhos esbugalhados e afinidade por cerveja descrevem tanto Homer Simpson (Dan Castellaneta) quanto a princesa Tiabeanie, ou simplesmente Bean (Abbi Jacobson).
Do reino de Terra dos Sonhos, Bean é destinada a conviver com um demônio pessoal, Luci (Eric Andre); para seu azar e desgosto do Rei Zøg (John DiMaggio), seu pai, com quem a jovem está em permanente conflito. Insatisfeita com a vida e as regras de conduta machista da época, a princesa afoga as mágoas na bebida (alcoólica) sempre que possível.
Enquanto isso, em outra terra do universo, conhecemos Elfo (Nat Faxon) – como é chamado o ser lendário e pequenino, de mesma espécie que dá seu nome próprio (inclusive no idioma original da série). Elfo, assim como Bean, vive infeliz com seu dia a dia; mas, diferentemente da humana, o problema para o ser mítico é, na verdade, o excesso de felicidade de seu povo. No geral, os elfos passam o tempo todo cantando e se divertindo, e isso provoca em Elfo (com letra maiúscula) o desejo de partir daquele monótono lugar.
Quando Bean, Luci e Elfo se encontram, já em Terra dos Sonhos, o trio tira o máximo proveito de sua relação – suprindo, um no outro, suas carências afetivas. Assim, a princesa arruma companheiros leais para as bebedeiras diárias; Luci pode exercer sua função existencial, de influenciar alguém malignamente, e Elfo descobre desgraças e identificação no mundo humano. De início, o ciclo repetitivo da narração – com a fórmula “embriagar-se + perder a memória + brigar com o Rei Zøg = todo episódio” – acaba, mesmo, sendo um pouco cansativo.
Afinal, quando o assunto é fantasia na Idade Média, é esperado pelo telespectador que haja, no mínimo, uma grande jornada mística. Mas, as interrupções entre as pequenas subtramas – para apenas tardiamente engatar em algo mais significativo – dá a impressão de que a maior parte dos episódios é enrolação. Há reviravoltas, sim, e também a aparição de personagens-chave e peculiares – como Big Jo (Maurice LaMarche) e a Rainha Dagmar (Sharon Horgan) –, mas, isso acontece mais para a segunda metade da temporada; o que prejudica o andamento da história.
A relação entre Elfo e Bean é, de fato, um dos pontos interessantes da série. Por mais absurdo que tudo aquilo seja, há pitadas de drama em (Des)encanto – assim como em Os Simpsons, por exemplo, e o que ajuda no desenvolvimento de ambos os enredos. Os problemas de relacionamento entre a princesa e seu pai; entre ela e a madrasta não-humana, a Rainha Oona (Tress MacNeille); a ausência de um bom exemplo feminino; o machismo sofrido pela garota…tudo isso dá pano para manga para a bebedeira de Bean. E, então, a complexidade dos protagonistas mostra-se bastante positiva para a série.
É muito divertido acompanhar personagens que parecem ter saído de um spin-off de Os Simpsons, mas em uma Idade Média fantástica e com tons de RPG (Role-playing Game). Se, antes, Groening se aventurou no cyberpunk de Futurama, agora, outro cenário amado pela cultura geek (o medieval) vem como uma aposta certeira. Pelo cliffhanger (gancho de roteiro) de seu último episódio – além de toda a preparação de terreno para a próxima temporada –, parece que (Des)encanto tende a ser cada vez mais intrigante.
(Trailer oficial):
(Fonte: Netflix Brasil / YouTube)
Ficha técnica
Criação: Matt Groening, Josh Weinstein
País: EUA
Ano: 2018
Elenco: Abbi Jacobson, Eric André, Nat Faxon, John DiMaggio
Gênero: Animação, Aventura, Comédia
Distribuição: Netflix